A paralisia de Bell também é conhecida como paralisia facial periférica aguda, na maioria das vezes está correlacionada com uma carga viral ou até mesmo estresse, e se trata de um episódio inexplicável de fraqueza, ou paralisia dos músculos faciais. 

Resultado de danos do nervo facial (o 7º nervo craniano), começa repentinamente e piora dentro de 48 horas, ocasionando dores e desconfortos, em um lado do rosto e/ou da cabeça.

A paralisia de Bell pode atingir qualquer pessoa em todas as idades. Porém, são mais comuns em pessoas acima de 40 anos, com histórico familiar da doença, mulheres grávidas no terceiro trimestre e/ou primeira semana após o parto, portadores de infecções respiratórias como resfriados e gripes, e diabete. 

A paralisia de Bell não é considerada permanente, mas em casos raros não desaparece. O indicado é que o tratamento tenha início de forma imediata, assim os resultados além de mais rápidos, apresentam uma  taxa de sucesso maior. A maioria das pessoas com paralisia de Bell se recupera completamente da condição. 

O que causa a paralisia de Bell?

Apesar de vários estudos, a causa da paralisia facial ainda é desconhecida. Pensa-se que pode ser devido a uma inflamação dirigida pelo sistema imunológico do corpo, contra o nervo que controla o movimento da face. 

A paralisia de Bell às vezes é associada às seguintes condições:

  • Diabete;
  • Pressão alta;
  • Inflamações;
  • Toxinas;
  • Doença de Lyme;
  • A síndrome de Guillain-Barré;
  • Sarcoidose;
  • Miastenia grave;
  • Esclerose múltipla;
  • Infecção, especialmente após uma infecção viral com o vírus Herpes simplex (um vírus relacionado com a causa das “herpes labiais” comuns da boca)

Quais são os sintomas da paralisia de Bell?

Estes são os sintomas mais comuns da paralisia facial:

  • Movimento desordenado dos músculos que controlam as expressões faciais, como sorrir, apertar os olhos, piscar ou fechar a pálpebra;
  • Perda de sensação no rosto;
  • Dor de cabeça;
  • Perda do paladar nos dois terços anteriores da língua;
  • Hipersensibilidade ao som no ouvido afetado (hiperacusia);
  • Incapacidade de fechar o olho no lado afetado da face.

Os sintomas da paralisia de Bell podem se parecer com outras condições ou problemas. Sempre consulte um especialista para um diagnóstico mais detalhado. 

Como a paralisia facial é diagnosticada?

Geralmente pode diagnosticar a paralisia de Bell observando seus sintomas. Não há testes específicos usados ​​para diagnosticar a paralisia facial. 

No entanto, exames para descartar outras condições que podem causar sintomas semelhantes e determinar a extensão do envolvimento ou dano do nervo. Esses testes podem incluir:

  • Eletromiografia para determinar a extensão do envolvimento do nervo;
  • Exames de sangue para determinar se outra condição está presente, como diabete ou doença de Lyme;
  • Ressonância magnética ou tomografia computadorizada para determinar se há uma causa estrutural para seus sintomas.

É importante excluir a presença de outros comprometimentos que possam causar sintomas semelhantes à paralisia de Bell.

Como a paralisia de Bell é tratada?

Se uma causa específica para a paralisia de Bell for identificada, como infecção, essa causa pode ser tratada. Caso contrário, os sintomas são tratados conforme necessário.

Um tratamento uniformemente recomendado para a paralisia de Bell é proteger o olho de secar à noite ou enquanto estiver trabalhando em um computador. Os cuidados com os olhos podem incluir colírios durante o dia, até o uso de pomadas na hora de dormir. Isso ajuda a proteger a córnea contra arranhões, o que é crucial para o tratamento da paralisia de Bell.

O tratamento para sua condição terá como base a gravidade dos sintomas e seu histórico de saúde. Outras opções de tratamento incluem:

  • Esteróides para reduzir a inflamação;
  • Medicamento antiviral;
  • Analgésicos ou bolsas de água quente para aliviar a dor;
  • Fisioterapia para estimular o nervo facial.

Tratamento da Paralisia de Bell com fisioterapia

Nos primeiros dias a uma semana após o início dos sintomas, um fisioterapeuta avaliará o seu quadro para analisar quando os sintomas começaram, o que os fez piorar ou melhorar e realizar um exame físico, com foco na identificação os padrões de fraqueza causados ​​pela paralisia facial, como:

  • Movimentos faciais da sobrancelha;
  • Fechamento dos olhos;
  • Capacidade de usar a bochecha para sorrir;
  • Capacidade de levantar ou abaixar os lábios;
  • Fechamento labial;
  • Expressões faciais;
  • Movimentos da mandíbula e da boca;
  • Enrugamento da testa.

Após a avaliação, o fisioterapeuta fornecerá um plano de tratamento personalizado para a paralisia facial, para ajudá-lo a recuperar o padrão saudável de movimentos. 

O tratamento personalizado através de fisioterapia consiste em exercícios especiais, que irão ajudar o paciente a reaprender movimentos faciais com base nos problemas atuais. 

Cuidados com os olhos

Durante a doença, a maioria das pessoas com paralisia de Bell não consegue fechar os olhos no lado afetado do rosto. Por isso, é importante proteger o olho do ressecamento durante a noite ou enquanto estiver trabalhando em um computador.

Os cuidados com os olhos podem incluir colírios durante o dia e pomadas na hora de dormir, o que ajuda a proteger a córnea de arranhões.

Nos estágios iniciais da paralisia facial, a coisa mais importante a fazer é verificar se você está cuidando do olho afetado de maneira adequada. Como o nervo facial é responsável pela produção de lubrificação para a córnea, é muito provável que você sofra de olho ressecado nas primeiras semanas e meses de paralisia facial. Isso coloca você em risco de desenvolver uma úlcera de córnea, que pode causar danos à visão no olho afetado.

O terapeuta irá educá-lo sobre o tratamento do olho seco, se isso não tiver sido feito por outra equipe médica. Se o olho estiver vermelho ou você relatar episódios frequentes de vermelhidão, é necessário um encaminhamento urgente ao oftalmologista. Como alternativa, você deve ser aconselhado a comparecer ao pronto-socorro de um hospital oftalmológico.

O Laser de baixa frequência; utilizado na fisioterapia é o melhor recurso para esses casos! Pois além de ser um recurso anti-inflamatório estimula a melhor condução nervosa da região.

Retreinamento neuromuscular

Músculos paralisados ​​podem encurtar e perder força, causando contraturas permanentes. Um fisioterapeuta pode ensiná-lo a alongar e fortalecer os músculos faciais para ajudar a evitar que isso ocorra.

O retreinamento neuromuscular é o processo de reaprender o movimento facial usando feedback específico e preciso para facilitar a atividade muscular facial em padrões funcionais de movimento e expressão facial e suprimir a atividade muscular anormal que interfere na função facial.

Nos estágios iniciais, quando você tem dificuldade em produzir ou iniciar os movimentos, o fisioterapeuta vai lhe ensinar exercícios que iniciam os movimentos faciais. 

Uma vez que você pode iniciar o movimento do músculo facial, o fisioterapeuta irá projetar exercícios para facilitar a atividade muscular, o que significa aumentar a atividade dos músculos, fortalecer os músculos e melhorar sua capacidade de usar os músculos por longos períodos de tempo.

Exercícios de relaxamento serão importantes durante a fase de recuperação porque você pode ter espasmos faciais. O fisioterapeuta vai planejar exercícios para reduzir essa contração involuntária ou indesejada de certos músculos durante outros movimentos faciais pretendidos. 

Liberação miofascial

A liberação miofascial ajuda a relaxar os músculos faciais, além de promover uma maior circulação sanguínea local. Isso evita complicações como contraturas. Mas estas técnicas têm que ser realizadas de forma sutil para não gerar respostas exacerbadas dos músculos que estão sendo tratados. 

De fato, existem diversos tipos de meios de tratamento que vão ajudar a reduzir os efeitos da paralisia. Porém, o aconselhado é que seja sempre feito sob o cuidado de especialistas. 

Então já sabe, se precisar de ajuda, é só contar com a Reabilitando!